sábado, 18 de julho de 2015

Entre Tríades e Plêiades


Entre Tríades e Plêiades

 

PDF 425
 
Constelações, nebulosas, sistemas solares, e sistemas diversos; astros fixos e navegantes. Um olhar para o céu, e um olhar para um infinito de estrelas. Um olhar para perto, outra infinidade de astros, artistas ou literários, os astros de uma tal cidade. Uns podem passar como cometas, outros giram em torno de um outro astro, aquele que o consideram como uma estrela maior, uma estrela de quinta grandeza, a luz que ilumina seus dias e se oculta formando a noites de estrelas pintadas no céu, para novas ins(pirações). E um evento aconteceu na tal cidade, e no bel local.

O mundo se torna cada vez mais rápido e os eventos se tornam e-ventos, quando sentimos que tudo passa muito rápido. Rápido como um vento que passa, onde só fica a sensação de algo que passou. É preciso tirar fotos para não cair no esquecimento. Já não é suficiente escrever, é preciso ter a foto do lançamento. A prova documental para quem não esteve presente ao momento. A foto como documentação do ato e do fato. Acontecem os lançamentos, e outros lançamentos já estão agendados e aguardados. A palavra lançamento define um ato, e uma velocidade, da condição estática com velocidade zero a uma condição do movimento em direção ao espaço sideral, onde não há o tempo, somente o presente, diante da escuridão. É preciso aterrissar para ver a luz. E um livro foi lançado e fotografado, no seu lançamento, caso contrário sua data, e suas imagens, estariam perdidas no tempo. E na mente dos que ali estiveram presentes, mais ficou uma amostra para os ausentes.

Um lançamento com astros e espaçonaves. Em meio a livros e estantes, rodízios de sólidos e líquidos, com taças de espumantes, passavam em discos voadores sobre as cabeças dos convidados. Instrumentistas e percursionistas, com vozes e instrumentos, quebravam o silencio do ambiente literário, em meio ao burburinho de conversas e declamações. Vieram os poetas e os repentistas, os declamantes, e no chão ali mesmo fizeram seu palco, fizeram a sua rua com suas performances, com gestos e vozes.

A arte, o tempo e o espaço, todos ali presentes. Tempo, passado e tempo presente, com olhos no tempo futuro. O Josué se tornou José permanecendo de Castro, e à gosto no bel lugar devera se relançar. A Mágica de Oz Any, em todos os lugares procura estar. Do Thiago que se fez Gonzaga, à representação genealógica atual de Aluísio de Azevedo. A Sandra letrada e psicóloga, entre estantes, formando corredores de livros, administra, e ainda se faz celeste. E em meio as prateleiras, estantes e livros, um espaço foi aberto. Poderia ser o buraco negro da literatura, um lugar onde não há livros, apenas ideias. Ideias imateriais que um dia ainda podem se materializar em livros. Podem sair de mentes, e das mentes, para que outras mentes possam visualizar, ver, sentir e cheirar; sentir o cheiro de livro novo com ideias novas.

O homem foi feito com o barro, e foi com o Barros que foi realizado o encontro de artistas e poetas. Leitores, produtores e escritores, a cadeia orgânica, fisiológica e literária. A diversidade de ideias e categorias proporcionou uma diversidade de acepipes, da empadinha de ginga com jiló ao suco de seriguela com ramos perfumados de jamelão. Bombons e trufas escondidos em caixinhas, na mais alta categoria, com finas iguarias, como tapurús e rapadura, as iguarias da terra, discriminadas pela alta gastronomia internacional das lesmas e ovas. Tamanha era a diversidade, de livros, salgados e celebridades, ali na Salgado, entre a BR e o (a) Hermes, não importam ruas, estradas ou avenidas, os mitos ou as ideologias. A poucos metros da metade do caminho. No bel lugar de sempre, com portas literárias abertas, bem além das quintas feiras, criando quintas interpretações e dimensões.

A reunião era para confraternização de uma tripulação, três autores e três personagens, tudo é uma questão de pontos de vistas. Uma Tríade estava presente naquele momento, para um novo lançamento. Uma nave do conhecimento, um livro, uma ideia seria lançada. Uma tríade formada por nomes de seres ou indivíduos de sistemas e planetas diversos; como a rainha de Jardia, que esteve com os Maias, personagem de batalhas cinemáticas e intergalácticas. Um representante dos textos bíblicos como Emmanoel, a presença de Deus, e um comandante da nave interestrelar, um nome militar, o Ferreira Fontes na categoria de Major. A tripulação formada por uma tríade estava à postos, cada qual em sua especialidade e categoria, do popular à filosofia, passando pelo fescenino.

E foi no bel lugar, na tal cidade que uma nova ideia foi lançada. A mesma cidade que sempre esteve aberta para portugueses e holandeses, franceses e italianos, americanos e anglicanos. Um dia ela ainda vai se descobrir e construir sua própria identidade. E ela já tem sua base de lançamento, para foguetes e aviões.

 

NAT - Natal
New Amsterdã Terminal
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quarta-feira, 1 de julho de 2015

di Gestão de Pessoas


di Gestão de Pessoas

 PDF 415 (v.Pk)
 
Alguns povos denominados como primitivos, — pelos povos autodenominados como civilizados —, também foram denominados como canibais. Os povos ou grupos de pessoas, que capturavam seus supostos inimigos e consumiam suas partes, como um gesto ligado a crenças ou religiões. Muitos acreditavam que ao consumir os grandes e poderosos inimigos, os inimigos inteligentes, estariam adquirindo seus poderes e seus conhecimentos. Poderiam inclusive preferir consumir partes anatômicas definidas, como o coração, ou como o cérebro. Por intuição ou certeza, entendiam que o cérebro seria o comando do corpo, e consumindo cérebros de estrategistas inteligentes, poderiam adquirir suas táticas e suas estratégias, consumindo a sua mente. Corações poderiam ser fortes e valentes, ardentes ou gelados. Outros poderiam preferir o fígado. Pensamento valido, ou não, um desafio deixado para a ciência; que ela, a ciência, consuma seus neurônios: suas fagocitoses e suas sinapses.
Em uma receita indígena: churrasco de homem branco. Depois de ensinar os modos de preparo do fogo, da grelha, e da lenha. Atribui como a melhor parte, uma parte muito apreciada pelos índios. A parte compreendida entre os dedos indicadores e os dedos polegares. Parte conhecida na anatomia como tabaqueira. A parte de apoio para fumantes prepararem seus cachimbos, e desfiarem o tabaco, para um cigarro de palha.
Entre a ciência e o empirismo. A ciência é considerada um saber e um conhecimento, por realizar coleta de dados, análises, testes e experimentos, e admitir uma repetição em cima dos resultados obtidos e estimados. Tal como o conhecimento empírico que resiste ao tempo pelas suas repetições. Chás de ervas, com folhas e talos, frutos ou sementes, são do conhecimento empírico. O conhecimento popular, surgido do povo, por darem resultados repetidas vezes, sem estar descrito em planilhas e estatísticas, apenas por observação dos resultados obtidos, repetidas vezes, com diferentes pessoas. E a ciência se apropria do histórico cultural. Uma difusão do conhecimento, por uma informação verbal, a história oral, a construção cultural. E a ciência funciona tal como uma religião. Depois de dados coletados e analisados, resta a fé do evento acontecer, repetir tal como previsto. Tal como suas repetições nas análises passadas.
O empirismo não é esquecido, a crendice é continuada. Tal como a educação e conhecimento são pregados, de serem postergados e continuados. Ainda hoje temos a expressão que ressalta o dizer do desejo, de alguém consumir o fígado de outrem. Sendo o fígado a maior glândula do corpo, com capacidades regenerativas e digestivas. Algumas partes anatômicas poderiam ser consideradas, pelos chamados de canibais, como partes mais nobres, cabendo o consumo a pessoas destacadas e escolhidas. Na Bíblia temos uma passagem: o desejo da cabeça de João Batista (Mateus, 14), o profeta ressuscitado.
Servir a cabeça de alguém em uma bandeja, já pode ter sido considerado hábitos de requinte, de crueldade e selvageria. Inimigos já foram degolados, decapitados e guilhotinados. A cabeça separada do corpo, o ser desconectado do Universo. O Universo como a casa das estrelas e o universo intelectual, contido em seus pensamentos mentais.
No sertão brasileiro, personagens considerados como inimigos dos sistemas políticos, tiveram suas cabeças decepadas, como prova do feito, e a glória da vitória. Lampião e outros cangaceiros, e Antônio Conselheiro, tiveram suas cabeças decepadas, como prova de fim de suas existências, o fim de suas histórias respaldadas pela ciência. A ciência que pretendia descobrir e definir suas ações, ao pesquisar cabeças decepadas em laboratório. A curiosidade da ciência, pesquisar parâmetros para criar suas teorias. Cortaram cabeças em nome da ciência, em nome do conhecimento.
Hoje imagens de cabeças e corpos sem cabeças, são compartilhados e zapeados, em celulares e computadores, em redes sociais ou grupos privados. Em alguns dias na história as cabeças foram expostas e praça públicas, e nos degraus de uma escada, A informação e conhecimento mudam com o tempo e a mídia. Podendo ser aplaudida ou rechaçada.
Daí o homem mudou seus rumos, partiu para um canibalismo de coisas e objetos, frutos de um desejo. Desejos próprios ou fomentados pela propaganda, atiçando os desejos, criando estratégias de consumismo. Criou artefatos que pudessem causar inveja e desejo em quem não os possuía, mas poderia fazer de tudo, e pagar o quanto tivesse para alcançar um objeto de desejo. O desejo de ter algo para facilitar a vida, o desejo de se embelezar, ou o desejo de ter, somente por ter, diante de quem não tem. O simbolismo de um poder, como um carro ou uma joia. A possibilidade de devorar o desejo do outro. O canibalismo do outro pela possibilidade e poder, de obter o desejo, de um e de outro. Excluir o outro, pelo ter um produto que o outro não tem. Inclusive o saber e o conhecimento. Criar histórias e publicar; ter um livro impresso como perpetuação de sua história, a materialização dos personagens descritos, a mobilidade dos que ali estão citados. Ter um livro publicado que o outro não tem.
O ser humano evoluiu a partir de seus próprios pontos de vistas, e não consome carne humana, consome as carnes de outros animais. De crua a defumada; embutida ou enlatada, com marcas e grifes elitizadas. Requintados em sabores e embalagens, acrescentadas de especiarias, raras ou importadas. Com frases na embalagem de ser uma reserva especial. VSOP – Very Special Old Par, para pessoas especiais; VIP – Very Important Persons. RSPV -  Répondez S'il Vous Plaît. As estratégias de pertencer a pequenas classes, classes elitizadas e gourmetizadas. Estratégias de poder, com a exclusão de outros.
Alguns movimentos populares e religiosos pregam o não consumo de carne animal, como um ato de respeito e evolução, dos animais, da humanidade e do mundo, do planeta e do Universo. E novamente a religião. A unificação do Universo, o Universo tornando-se único. E morreu Maria preá, pois só o futuro dirá. E surge outra teoria, a dos universos paralelos; ou a humanidade chegou a um limite, e agora retorna ao ponto inicial. Da grande explosão (Big Bang), a uma lenta implosão, de ideias e conhecimentos.
O ser humano deixou de ser, e ser visto como animal. Passou a ser um ser social, capaz de viver em uma sociedade, a visão de todos por um e um por todos. Formou grupos diferenciados. Casa e casamento, escolaridades, idades e afinidades; clubes e igrejas. Reservas intelectuais com associações profissionais. Os cinco dedos definiram cinco classes ou grupos de envolvimentos: parentesco; vizinhança; escola, colégio ou trabalho; clubes e associações, politicas; igrejas, seitas e religiões.
O homem evolui mais um pouco, e pode ser considerado um ser intelectual, passando a servir cabeças em bandejas simbólicas, de prata, finamente decoradas e manufaturadas. Mudaram as estratégias de poderes. Exclui outros, por ter um canudo de papel. O antigo papel de escritas, enrolado como um pergaminho. Universidades invisíveis. Criam-se estratégias de limitar os possuidores do canudo. Canudos diferenciados, escalonados, diplomas e certificados. Especializados, mestrados e doutorados. E os doutores temendo a disputa no topo da pirâmide que ocupavam, criaram mais outro degrau, o dos pós-doutorados. Novas disputas em conseguir quantidades de pós-doutorados.
Professores tem poderes degoladores, reprovadores. Um fato comum antes de provas em escolas e faculdades, é a expressão “cabeças vão rolar”. Cortam cabeças em nome do conhecimento, estratégias dos séculos passados. O poder de aferir um zero na prova apresentada. O aluno deve responder na prova as palavras mais exatas, e mais próximas do que as que o professor tenha falado, caso contrário poderá ser degolado, e com muitas reprovações será jubilado, excluído do meio acadêmico. O domínio e o poder do professor articulado com o sistema opressor e dominador do saber, associado a instituições públicas e particulares de saberes. O conhecimento ditado e repassado. Cada aluno tem a opção de assimilar ou não.
A academia do conhecimento como detentora de um saber, apropriada de um conhecimento que não produziu, apenas anotou e escreveu. Descreveu e publicou, seja em livros ou apostilas, em revistas especializadas. A escrita como um domínio, sobre o saber oral. E o aluno ainda é cobrado saber a lição na ponta da língua, além de produzir um documento escrito, que possa ser conferido. A prova, como prova legal de seu conhecimento. O repasse da responsabilidade do ônus da prova, o ônus de quem acusa. A prova corrigida por alguém, que detém um suposto conhecimento. Mas o conhecimento está nas ruas, fora das salas de aulas. O conhecimento está literalmente nas mãos, ao alcance dos olhos.
Depois da academia do conhecimento, da universidade ou da faculdade, outros grilhões. O homem intelectual com outras estratégias. O homem detentor de um capital financeiro, com a busca de deter uma capital intelectual. Estratégias e ferramentas agora admitidas, consome e suga as forças de outros humanos, não declarados como inimigos, mas declarados no PIS, como funcionários e colaboradores. Caso não se comportem como o desejado, aí sim serão inimigos e podem ser banidos, exilados ou expulsos de uma empresa com o título de demitido. Um título que macula seu currículo. Anos de trabalho podem ser jogados fora com uma CTPS carimbada.
 
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN, 1 de julho de 2015
 
 
 
 
Roberto Cardoso (Maracajá)

ü  IHGRN – Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte

ü  INRGN – Instituto Norte-rio-grandense de Genealogia   

ü  PREMIO DESTAQUES DO MERCADO na categoria Colunista em Informática – 2013.

ü  PREMIO DESTAQUES DO MERCADO na categoria Colunista em Informática – 2014.

ü  Escritor; Ensaísta; Articulista

ü  Jornalista Científico (FAPERN-UFRN-CNPq).

ü  Desenvolvedor de Komunikologia.

PDF 415 (v.Pk)

 

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